Um monstro refém das insónias

Uma sombra que não dorme e fez de si um alvo de sedução e agressões

Alguém que acedeu aos seus dados pessoais

Uma transtornada, sem respeito pelas regras do privado e do convívio social

Uma histeria epilética a ameaçar-lhe vida e obra

Sufocada pelos vómitos de uma linguagem escatológica

Uma sonâmbula incestuosa gangrenada por traumas religiosos

Uma obcecada com imagens revoltantes e fantasmas sexuais com o próprio filho

Uma besta que lhe espezinha os afetos, contactos e hábitos

Um caso anormal, que lhe invade as amizades, envia emails em seu nomes e está, ano após ano, a pensar permanentemente em si

Uma mente perversa apostada em envenenar-lhe a existência

O diário de uma sedução falhada mergulhada no crime

Um ser disforme mascarado pela capa diária da normalidade

Um problema de saúde pública, avidamente ao seu lado, apenas à espera da noite, para voltar a atacar

domingo, 31 de julho de 2016

Cyberstalking em 2016: o novo campo de expressão do pior da natureza humana, tornado num problema epidémico, com crescimento exponencial




"Online harassment is a problem of epidemic proportions that is increasing around the world at an alarming rate. Frequently cloaked in anonymity and with an air of moral righteousness, online trolls and cyberstalkers reveal the worst side of human nature in their efforts to attack and suppress the expression of free will and freedom of belief.

There have always been people with a predisposition to preying on others. The schoolyard bully, the jealous friend or ex, the boss hiding feelings of inferiority by putting down his employees, or the numerous cases throughout history of people persecuting, assaulting and harassing those who live outside the status quo".

domingo, 24 de julho de 2016

Bruno Frederico, 38 anos, Setúbal: 3 anos de prisão e 75 000 € de indemnização à ex namorada, por exposição pública de vídeos pessoais, uma sentença para fazer jurisprudência






"Bruno Frederico, de 38 anos, descobriu a traição da namorada, de 21 anos, e resolveu vingar-se. Depois de agredir a jovem com duas bofetadas, tirou-lhe o telemóvel e ameaçou que iria divulgar os vídeos de sexo que os dois tinham filmado. Alguns dias depois fez o que tinha prometido.







Agora, foi condenado pelo Tribunal de Setúbal a três anos e nove meses de prisão efetiva. É a primeira vez que, em Portugal, um caso de divulgação de vídeos pornográficos caseiros sem consentimento é punido desta forma. Para além da prisão, o arguido terá que pagar 75 mil euros de indemnização à vítima".


sexta-feira, 22 de julho de 2016

Julho de 2016: Projeto "Care", da APAV, pela defesa das crianças em risco






PROJETO CARE


"Confirma-se a tendência de a violência sexual contra menores ser cometida em contexto intrafamiliar (67%)", afirma o documento, sublinhando que, em 57,5% dos casos, os jovens foram alvo de vitimação continuada.


No primeiro semestre, foram identificados 110 agressores, a maioria (93%) homens, 29% com idades entre 35 e 50 anos.


O abuso sexual representou o maior número de casos (66), havendo ainda nove situações de abuso sexual de menor dependente, nove casos de atos sexuais com adolescentes, oito de importunação sexual, cinco de coação sexual, três de violação, dois por recursos à prostituição de menores, dois por lenocínio de menores e um de pornografia de menores.


Mais de metade dos casos (52,4%) ocorreu na região centro e distrito de Setúbal, 33% na região norte e 11,7% nos distritos de Évora, Beja e Faro".

quinta-feira, 21 de julho de 2016

21 de julho de 2016, apresentação do Projeto "Care", na Fundação Calouste Gulbenkian: o relatório das perturbações da líbido e da afetividade que levaram ao abuso em família de muitos menores, de ambos os sexos





Desde o início do ano, a Associação de Apoio à Vítima (APAV) está a acompanhar uma centena de crianças vítimas de abuso sexual: 28,2% das crianças apoiadas são filhos ou filhas do autor ou autora dos crimes, 23,3% enteados ou enteadas e 9,7% sobrinhos. Metade dos crimes foram cometidos por familiares.

"Mães e pais perversos, pessoas perturbadas. Madrastas e padrastos, tios. Acontece tudo isso", descreve, a respeito dos agressores, Bruno Brito, gestor da rede Care, criada para ajudar vítimas menores de abusos sexuais, ativa desde o início do ano e que hoje divulga o balanço do trabalho desenvolvido em Lisboa. "Estes crimes acontecem em famílias de todos os estratos sociais".

domingo, 17 de julho de 2016

Por que um perfil pedófilo de mulher perseguidora pode despertar menos a curiosidade pública





"A pedofilia é doença: o desejo, o interesse constante por crianças durante, no mínimo, seis meses. As mulheres portadoras tendem a ser pessoas tímidas, que pouco se expõem socialmente, e, geralmente, tem alguma outra parafilia associada, como a zoofilia (sexo com animais) e exibicionismo.

O que acontece é que, em geral, as mulheres são denunciadas com menor frequência. Alguns motivos explicam essa subnotificação, como a ausência de penetração durante o abuso, a cultura machista que vê como algo normal as relações precoces entre meninos e mulheres mais velhas, ou o receio da família de denunciar e transformar o facto em um trauma maior que interfira na sexualidade dos garotos."

sábado, 9 de julho de 2016

Brejos do Assa: desestruturação emocional e parafilias, seitas religiosas e abuso de menores, um retrato de um certo país desconhecido e (ainda) impune




"A mulher caminhava, empurrando o carrinho, e por vezes parava no café antes ou depois de deixar o filho mais velho na escola, um rapazinho, na altura com sete e oito anos, de quem o pai abusava sexualmente, fingindo “brincadeiras de doutores”, de acordo com o despacho de acusação do Ministério Público (MP), com data de 23 de Junho de 2016. Os abusos aconteciam com o conhecimento da mãe, e muitas vezes na presença do filho mais novo de ambos, na altura com dois e três anos".

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