sexta-feira, 11 de março de 2016

O traço borderline e o cyberstalking: entre a máscara doméstica e o obsceno monstro da noite







"Padrão de instabilidade nos relacionamentos interpessoais, auto-imagem (questionam quem são, se realmente existem e, para isso, até mesmo cortam-se, mutilam-se, com o objetivo de verificarem se são reais) e afetos, bem como de acentuada impulsividade que inicia no começo da idade adulta e está presente em diversos contextos, como indicado por cinco ou mais dos seguintes critérios:

1) Esforços frenéticos de evitar um abandono real ou imaginário, sem a inclusão de um comportamento suicida ou auto mutilante.

3) Distúrbio da identidade: instabilidade acentuada e resistente da auto-imagem ou do sentimento de self.

4) Impulsividade em pelo menos duas áreas prejudiciais a si mesmo, como na sexualidade, em gastos financeiros, na direção, no abuso de substancias etc. Prejudicam a si próprios quando um objetivo está quase sendo alcançado.

5) Ameaças, comportamentos ou gestos suicidas ou auto mutilante.

6) Instabilidade afetiva devido a reatividade do humor.

7) Sentimento crônico de vazio.

8) Raiva intensa e inadequada ou dificuldade em controlá-la.

9) Situações de estresse devido a um abandono real ou imaginado: ideação paranóide, sintomas dissociativos e psicóticos transitórios

O transtorno de personalidade borderline caracteriza-se por um fraco estabelecimento da auto-imagem, que depende intensamente dos relacionamentos combinada com uma expectativa de maus tratos ou exploração. Isso ocasiona a preocupação com relacionamentos íntimos por parte do indivíduo com o transtorno, sendo muito sensível as mudanças nestes. Observam-se comportamentos suicidas e auto mutilantes, principalmente após a rejeição de uma pessoa íntima, sendo que o suicídio ocorre em 10% destes pacientes. Avaliam-se de maneira extremamente negativa, podendo então admitir variados sintomas negativos, vendo o mundo de maneira extrema. Por serem negativos demais, seu quadro clínico pode parecer ser mais patológico do que um observador o percebe. Alguns transtornos de personalidade são diagnosticados com maior frequência em homens e outros em mulheres.

O borderline aparenta ser muito mais frequente em mulheres (75%), ao contrário do transtorno anti-social, que parece predominar entre os homens. Pesquisadores colocam como uma suposição que os dois transtornos poderiam ser a mesma doença, com uma diferente manifestação em ambos os sexos. Ainda há evidências que sugerem que o transtorno da personalidade borderline não esteja sendo identificado em homens. Atinge 2 a 4% na população em geral. Há diversos relatos de negligências e abuso sexual ou físico na infância, em especial em pacientes com transtorno da personalidade borderline.

É um transtorno bastante comum, respondendo por um terço dos transtornos da personalidade. Suas causas são incertas, apesar de que pesquisadores e estudos realizados com adoções e outros estudos de família sugerem um importante componente genético para o transtorno da personalidade anti-social e borderline. As pesquisas psicanalíticas concentram-se em perturbações na fase da separação mãe e criança".

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