quinta-feira, 1 de novembro de 2018

90 anos da seita Opus Dei, uma escola silenciosa de auto flagelação, tortura psicológica, vinganças e perseguições






"Mesmo não tendo o Opus Dei nenhum plano para interferir na política ou nos negócios, admite que as casas e as estruturas do Opus Dei possam servir, muitas vezes, de atmosfera onde estas relações se estabelecem e se exteriorizam para fora do Opus Dei?

As atividades do Opus Dei estão abertas a todo o tipo de pessoas. Admito que alguma pessoa se aproxime procurando obter algum favor por outras vias, pelos conhecimentos que possa travar aí. Mas uma pessoa que vá com essa intenção rapidamente se apercebe de que aí não vai tirar nada".

2 comentários :




  1. Fatima:


    “UM DIA O TELEFONE TOCOU

    Um dia, era já tarde, o telefone tocou: era a Zizita. A Zizita é uma numerária e falava-me, na altura, de Lisboa:
    -Está, Fátima? Sou eu, a Zizita. Estás boa?
    -Estou- respondi com ar de espanto (tinha-me desligado da Obra havia talvez seis meses).
    - A Maria da Purificação morreu... ( e ouço um choro em convulsão do outro lado da linha).
    Tentei acalmá-la. Continuou a chorar sem conseguir controlar-se. Indicou-me que o funeral seria no dia seguinte, numa igreja perto do lugar onde então eu vivia.
    Na tarde seguinte dirigi-me para o velório da Maria da Purificação.
    Lá estava o corpo, rezei. Vi quem estava presente: algumas supranumerárias e poucas numerárias, para além de outras pessoas. A missa de corpo presente foi celebrada por um sacerdote da Obra, o Dr. Matoso.
    No final, a directora de S. Gabriel, a Carina, disse-me:
    -Olá princesa! Já há muito que não te via... A brincar, a brincar...
    - ...( não lhe respondi)

    A Maria da Purificação morreu...


    Conheci-a num dos centros do Opus Dei.
    A Maria da Purificação frequentava os meios de formação, pelo menos, havia uns dez anos. Tinha um plano de vida: confessava-se , missa diária, oração, círculo...

    E conheci outras: uma que frequentava, talvez, há sete anos, outra há nove...”

    “Não, não eram membros. Então o que eram? Eram cooperadoras.
    Pois. São cooperadores ( independentemente do credo, ou não credo) aqueles que ajudam nas tarefas apostólicas da Obra através da oração, de dinheiro ou do trabalho desenvolvido.
    Estas pessoas rezavam e ... vai-me custar dizer, mas é a verdade... e pagavam.
    Uma espécie de membros “Y” ( como no “Admirável Mundo Novo”, do Aldous Huxley), de intocáveis, que não serviam para nada.
    No entanto, mantinham-se fiéis aos seus compromissos.

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  2. Uma vez, no início da minha aproximação à Obra, falei com duas delas - falamos todas dos nossos desejos ( todas acalentávamos a esperança de vir a ser membros do Opus Dei).
    Porquê? É que, qualquer uma de nós sentiu o “arrepiante” apelo de se dar a Deus, mantendo-se no meio do mundo (o que não torna a proposta da Obra, em nada, original - só mais tarde soube disso).

    E não era legítimo esse anseio, atendendo a que nada nos foi comunicado que tornasse inviável a Admissão? Legitimíssimo.

    Uma directora conversou comigo dizendo-me que eu não tinha nada que ter falado da “minha vocação” às demais pessoas: elas não estavam no mesmo patamar que eu (Fantástico!). E não percebi. O que percebi, sim, foi que usaram um argumento que visava afagar-me o ego.
    E lá seguia eu, toda contente, com as normas, a conversa, etc. , pensando que faria (reparem só na originalidade) a vontade de Deus.
    Mas o meu caso não acabou em Admissão...


    Mês de Maio, mês de romarias. Lá fiz algumas e a primeira foi ao Carmelo do Porto. Disseram-me que TODAS AS MONJAS CARMELITAS SÃO COOPERADORAS.
    Desculpem. É que não percebo nada de Direito Canónico, mas causa-me estranheza que todos os membros de uma ordem possam ser nomeados cooperadores.
    Uma vez, falei com uma delas sobre isto, que me adiantou:
    - Então...não havíamos de rezar por toda a gente?...
    E sorriu.
    Não me pareceu nada esclarecedor.

    Depois há aqueles que contribuem muito, muito, muito – não apenas em géneros...

    E há os ex-membros também, claro... cooperadores.

    Então, quem são os cooperadores do Opus Dei?
    Poderão ser os que estão numa espécie de ante-câmara de entrada para a instituição, os indiferenciados, os "Y's", as monjas Carmelitas, os ex-membros... ou seja: são tudo o que não cabe nas quatro categorias de membros: numerários, agregados, supranumerários e numerárias auxiliares. Ou seja, NADA.

    Suspeito que alguns dos responsáveis da Obra têm consciência do sofrimento que provocam ao alimentar nas pessoas que se aproximam do Opus Dei , expectativas de realização espiritual - e até pessoal - que só poderão vir a ser frustradas.

    Sempre me perguntei que significava o choro convulsivo da Zizita – arrependimento? Não sei .

    E outro dia, na Igreja da Lapa, vi passar outra “Y”: a Alberta”.


    Fátima Filipe

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