Cyberstalking: como um dos rostos da Civilização se pode tornar num dos instrumentos da Barbárie
Dedicatória - Por que o caso tomou uma dimensão pública relevante e por que os que desde sempre o têm acompanhado, juntamente com o muito maior número que passou a concentrar a sua atenção neste problema português, o pediram, dou corpo ao que me foi solicitado pelos órgãos de comunicação social que já veicularam este caso: a elaboração de um retrato robot da agressora, literal e apenas construído através das próprias palavras da agressão. Não se trata de uma investigação, mas de uma mera descrição dos atos e da sua cronologia, pela própria mão da perseguidora. Dada a natureza intrínseca, este esboço irá sendo aperfeiçoado, com o tempo e as leituras. Poderá ser o núcleo do livro que fui convidado a escrever, sobre esta monstruosidade. Lá iremos, com o tempo e calma de que tal tarefa necessita. Dedico-o, portanto, aos velhos, e aos novos amigos que este problema me tem trazido, com especial atenção para os jornalistas que lhe permitiram dar uma nova visibilidade, através do Quarto Poder.
Profissão - as referências são vagas, e erráticas, pretendendo umas vezes surgir como um praticante de skate (!), com conhecimentos informáticos, (hansbeckert@gmail.com), ♥♥♥♥♂♥♥♥♥♥, outras, como um "homem" (?) com poderes inquisitoriais, ou uma "pianista do Norte" (?), ou ainda mais recentemente, como "uma professora louca do Norte", nas suas próprias palavras (napeidacurralia@gmail.com), Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ gitanadement Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ. Também aqui a imagética é indigente e não resiste a uma análise aprofundada. Numa abordagem mais vasta, e a confirmar-se este auto retrato, seria mais um caso de uma "professora" perturbada, para juntar à de Vila Real, que chantageava e praticava extorsão de pessoas, através da recolha de dados pessoais comprometedores, ou o outro caso, ainda mais complexo, que envolveu a sua vítima no Facebook, simulando uma apaixonada, depois falecida de cancro, e que a própria mãe e amigos consolavam na rede social. Por detrás desta proliferação de personagens, exploradoras da ilusão e de um luto, estava uma mesma professora (!) que, simultaneamente, conseguia incarnar a filha, a mãe e os amigos (!), e, perante o filho menor, mês após mês, trocava de telemóveis, imitava vozes, criava personagens, enquanto, diariamente, martirizava à distância o seu alvo obsessivo...
Construção do objeto da perseguição - a distância temporal tornou claros os procedimentos: um período inicial de "sedução", com vista a tentar recolher dados essenciais sobre a vítima; uma aproximação de círculos próximos da mesma, com vista a agregar mais elementos considerados essenciais; uma pesquisa autónoma e obsessiva, tendo como objetivo um cerco total da vítima, enquanto elo social, e um seu isolamento e destruição. Do anterior resultaram três zonas específicas e muito bem delimitadas, na construção da minha réplica no espaço mental da agressora: os dados reais, e correspondendo a fontes fidedignas, sobre as minhas pessoas pública e privada; uma transposição abusivas de hábitos de conduta de pessoas próximas de mim, e projetadas em bruto sobre a minha personalidade, e um terceiro núcleo, muito mais interessante, posto que nele pude colaborar ativamente, que são os dois ou três dados de monitorização, que sempre forneço, quando sou, circunstancialmente, compelido a cruzar-me com alguém cujo nível de segurança desconheço. Trata-se de um segredo e uma chave de segurança própria, que mais não é do que uma transposição da Lenda medieval do Galo de Barcelos, numa versão mais prática: tendo havido o crime e desconhecendo-se a identidade do criminoso, as luzes são apagadas, em redor do galo morto e assado, posto em cima da mesa. São os presentes convidados a tocar no galo, por que se crê que este cantará, quando for tocado pelo culpado. No final do ato, e acendidas as luzes, todos os que tocaram no galo, às escuras, têm as mãos manchadas da tinta com que ele estava coberto. São inocentes, sendo apenas culpado aquele que ficou com as mãos brancas, por não ter ousado tocar no galo... Aquilo que designo por ADN da agressão, e que são os elementos falsos, dos quais apenas a agressora está em posse, tornaram este assunto, desde o início, trivial. O olhar da Justiça, porém, avaliará isto, num tempo próprio e pelos seus processos específicos.
Injúrias - bastante variado, o vocabulário injurioso associado à minha pessoa é bastante vasto, embora acabando, ao fim de dez anos, por se ter tornado monótono. Cobre, numa recolha sucinta (?), as seguintes: bandido, fantoche, palhaço, pulha, bandalho, falso, hipócrita, incompetente, sonso, asqueroso, obsoleto, puta, chulo, cabrão, cobarde, estúpido, inexperiente, mentecapto, imbecil, atrasado mental, esquizofrénico, psicopata, besta psicótica, pedófilo, bicha, picolho, rabeta, eunuco, toupeira albina, porco, difamador, caluniador, injuriador, reles, racista, rato de esgoto, bimbo, grunho, pretensioso, cínico, ridículo, triste, patético, parasita, seboso, senil, decadente, piroso, aborto, ruim, sacana, palhaço, monstro, besta imunda, porcalhão, feioso, galdério, rebarbado, renegado, suburbano, parodiante, doente, sifilítico, sidoso, vómito negro, putrefacto, filho da puta, prosador minimal repetitivo, sucateiro dos pincéis, osga das letras, mísero balde de pus...
Os padrões dos comentários - por mão heterónima, já um dia fiz uma exegese dos padrões pretensamente diversos, mas, na realidade, muito limitados, das intervenções da perseguidora: há o comentário exaltado, que leva a que suponhamos que o nosso texto desencadeou revoluções; temos o comentário erudito, que nos leva a crer que nos movemos numa irremediável menoridade literária e intelectual; reconhecemos o grito da maçada, do não-estou-nem-aí, que pressupõe um penar, desse leitor/a até a um tempo ainda mais longo do que o de Prigogine, para que pudéssemos ser... alguém; temos o comentário didático, que se solta de um teclado com pretensões e se esgota na mossa emocional que tentou provocar; lemos o comentário da ameaça, que deixa pressupor, quando vamos para a cama, uma multidão de "jack-the-rippers", a perseguir-nos, mal a próxima manhã se levante...; há a ofensa cobarde, que tende para semear a desmoralização; há a máxima vexatória, que incide sobre supostas deformidades físicas, intelectuais ou sociais; há o dedo acusatório do "sei-tudo-sobre-ti", que mais não pretende do que semear o desânimo e a dúvida; há o comentário obsceno, que nos atirou para uma escatologia enformadora de um civismo da Cauda da Europa; há o intelectual, que nos faz perder, nas suas teias perturbadas, as hipóteses sensatas, levantadas por um normal texto simples; há a meia linha erudita, que nos recorda nada termos lido, e a meia linha néscia, que nos faz pensar que lhe faria bem a ela ter lido mais um pouco...; há a conciliadora, que parece vir em auxílio do cenário de desordem, que a mesma mão semeou, através da diferentes máscaras e há a agressão pura, nihilista, que deixa antever que não é só texto que deve ser destruído, mas o próprio espaço onde foi publicado e a própria mão que o escreveu. Não serão os únicos -- não estão aqui incluídos os que derivaram para as parafilias e o incesto -- mas servirão de guia, para quem se queira aventurar pelas hiperligações desta monstruosidade.
Catalisadores - estão identificados os principais temas que despertam os episódios pletóricos da agressão. Pode girar, meses após meses, em redor de uma mera gralha ortográfica. Os excessos de linguagem estão frequentemente associados a referências a viagens, lazer, juízos de caráter cultural ou nomeação de figuras que parecem fazer parte do imaginário da agressora. Singularmente, o seu transtorno inclui uma admiração pelo casamento ideal (?), entre Bárbara Guimarães e Manuel Maria Carrilho (!). O tema "férias" e deslocações ao estrangeiro igualmente continuaram, ao longo de 10 anos, a despertar reações violentíssimas. Como autor de célebres textos críticos, integrantes da minha docência Estética, contra José Saramago, Agustina Bessa Luís ou Manoel de Oliveira, entre outros, fui sistematicamente atingido por picos inquietantes de ameaça e verbalização. A satirização de cenários políticos é invariavelmente despertadora e acompanhada, por parte desta mente perversa, de momentos exacerbados de agressão.
O equívoco psicanalítico - o primeiro equívoco é analítico e genérico: ao permitir , na Aldeia Global, hipotéticas linhas diretas, parece dissolver fossos e distâncias. Há um lado real nesta presunção. Na verdade, essa ilusão da proximidade permite construir monstros. Este acreditou que se tinha aproximado de mim, ao ter-se aproximado de uma das minhas personagens literárias. Começou a tratá-la por "tu", e caiu na sua própria ratoeira. Certamente não poderei ser responsabilizado pelas derivas da imaginação dos outros. Por outro lado, e também não sendo apanágio deste caso, a inexistência de um nexo imediato de causa/efeito tem funcionado na agressora como um sistema da libido onde não existisse o superego. Uma inexistência de respostas imediatas, como estratégia dos agredidos, ou uma dessincronização entre os tempos da punição e a roda livre da ação, levam a agressora a acreditar numa constante impunidade, o que mais lhe aumenta a adrenalina do delírio. Vive numa sensação de dominar o pensamento mágico, e de sempre se conseguir esgueirar pelas frestas do engenho. No extremo, esta criatura envereda por elos primários da relação e do pensamento xamânico: ao violar, um dia, o email de participação de um dos membros do “Braganza Mothers”, acreditou ter violado o email de uma das minhas personagens literárias. Ao utilizá-lo, recuperou uma das categorias tabu do inconsciente, a antropofagia ritual: Incarnar uma das máscaras do objeto de desejo é ter assimilado o próprio objeto do desejo. Numa leitura simplista, este monstro, de líbido falhada, move-se constantemente numa esfera onde o seu desejo mental nunca fosse contrariado, e, antes, permanentemente, se auto alimentasse. No outro extremo, a assimilação canibal do desejado é o extremo absoluto da repulsa: “saciar o ódio invencível e diabólico que vota ao seu inimigo”. Nos equívocos da magia, ela encontra-se, sem saber, a usar o escalpe da vítima errada, incorrendo em todos os percalços rituais do retorno. No final, a sua desorientação generalizada afundou-se nas próprias teias do incesto limite.
Máscaras e envolvente - não estamos perante uma escritora. Na generalidade, a escrita tem sexo, como a Arte, aliás, tem o seu género. Costuma citar-se Chopin e Georg Sand como lugar da inversão do tipo. No meio, mas não no início do percurso, encontramos "Allegra Geller" e o seu dual, a miserável "Messalina", rosto cobarde do colapso do primeiro "The Braganza Mothers". A multiplicação sucedeu-se, já que a agressora tem uma predileção por máscaras infantis e juvenis, oscilando entre o adolescente irreverente e o jovem adulto impiedoso, com toques informáticos radicais. Há sempre, no meio, um "padre" ou um "sacerdote" vingativo, evocador de tribunais e da Santa Inquisição, e do percurso muito atormentado da agressora. Tentou glosar os próprios heterónimos, bem sucedidos, do autor, para lhe fazer crer que lutava contra as próprias personagens (!), mas, mais uma vez, fracassou. Falou de "cinco perfis", um deles mais fraco do que outros, e de "muitos e pouco belos". A partir de 2012, com a utilização do navegador "TOR", a agressora desenvolveu os perfis de agressão do Semanário "Sol", "Coisinha Fofa", "Heliogabalus", "Lola Chupa", "Laura Bouche" e "Semiramis", entre outros, todos monótonos e debitando sempre o mesmo discurso de ameaça e rancor. Há momentos em que reconhece padecer de um efetivo desdobramento da personalidade, que iria abarcar estas cinco entidades, uma das quais sempre descrita como "mais fraca" do que as outras. Nas personalidades "masculinas" (?) mal conseguidas, há uso de diferentes sotaques: do Porto, brasileiro, castelhano, ou, mais raramente, inglês. Usa, ainda, citar em francês, e revela bom conhecimento de Latim. São mais, sempre mais, tantos os múltiplos gmail que ela usa. O receio fez-lhe posteriormente ocultar os perfis, mas os emails incriminadores persistiram. Para alguma coisa os enormes recursos do "Web Archive" servem. Na fase final da sua decomposição, optou pelas "ciganas", avatares femininos feridos de uma mesma insuficiência de meios. É uma espécie de Carmen incestuosa, monocórdica, sem imaginação, e mergulhada numa lenta agonia. Na sua vertigem operática, esqueceu-se de interpretar a mensagem de "Parsifal", que talvez lhe tivesse servido de enorme lição... Tecnicamente, as lacunas de teor criativo -- não estamos perante um Fernando Pessoa ou um Shakespeare, mas muito mais perto das limitações estéticas de José Saramago, cuja pobreza de discurso e recursos acaba por roçar -- impediriam que as personagens resistissem a grandes extensões de percurso. Como Hitler, a artista falhada não consegue conceber quaisquer obras, mas apenas reproduzir os mesmos monstros, idênticos, soturnos, angustiados e monótonos. Ao fim de um tempo limitado e de um número reduzido de intervenções, os disfarces vão-se dissolvendo, e cai-se nos dois ou três lemas mono temáticos da longa agressão: as ameaças, as suposições de cariz sexual e a tentativa de amedrontar. Nenhuma destas máscaras resistiu ao tempo nem à identificação que as investigações fizeram dos emails utilizados. No final da caminhada, as máscaras confluem inevitavelmente com a obsessão do discurso: género feminino, uma mulher envelhecida, frustrada, com insanáveis insónias e crises de ansiedade, prisioneira do seu corpo e do seu fracasso existencial -- "pobre da velha do canivelo" (?), como se auto descreve --, casada e com um filho menor, com o qual, ao cair da noite e da máscara, confessa começar a ter reprováveis fantasias de teor sexual (!)...
O xadrez da líbido - é complexo, numa primeira análise, mas finalmente trivial. Atem-se sempre a várias morfologias do desejo frustrado. Embora não viva isolada, mas inserida num ambiente familiar convencional, sobre o qual diz projetar os seus terríveis fantasmas, na verdade, o seu imaginário envolve sempre a expectativa de um parceiro mais novo, com interesses físicos e culturais relevantes, mas sempre a par com o conforto financeiro e os horizontes culturais de um macho dominante. Teve cúmplices, sobretudo no ato isolado que, entre 7 e 11 de junho de 2007, introduziu a miserável "Messalina", no plantel do blogue a que pertenciam, mas também esses não duraram mais do que um par de meses. A silenciosa Elena Ekdahl é posterior a essas datas e manteve-se até ao fim sumário do espaço. As personagens utilizadas nesta fase, de sedução, são sobretudo femininas, exóticas ou marcadas por uma qualquer patologia, dor, cancro e sobretudo depressão. ao contrário das personagens da agressão, tendencialmente "masculinas". O imaginário da construção das máscaras é delimitado, e atido aos arcaísmos, anacronismos e isolamento da sua estátua interior. Por vezes, é a pseudo menina que comete uma pequena falha de expressão, e aguarda que o macho culto a corrija. Noutros casos, inclui bruxas e "unawicas", verdianas, ou "japonesas" e "chinesas", com confrangedoras referências puccinianas. O cenário mais desfavorável é o da conjunção entre o macho envelhecido, sexual e financeiramente desinteressante, a par com a inacessibilidade da efebia. A deriva pelas fantasias e parafilias é gigante, numa permanente confusão entre o excessivo, o religioso, o proibido e o doentio: masturbação com pensamentos em violações coletivas por grupos de homens; sexo oral com grandes formatos africanos, “levar porrada dos amantes, enquanto guincha como uma porca”; sexo oral, simultaneamente com o Menino Jesus, São José e o burro, ou, melhor ainda, como diz, "uma geraldina ao presépio todo…" (!) Há também zoofilia, atos envolvendo os Reis Magos; sexo oral e vaginal, com esperma de Jesus Cristo, na Cruz (!); cenas de lesbianismo, envolvendo a Virgem Maria em sexo oral e anal com a mesma; escatofilia, com excrementos e flatulências de Jesus Cristo e da Virgem Maria; Infidelidade conjugal com coito anal com Satanás, Deus Pai, e Abraão, etc, etc. etc. Não passa, apesar de tudo, de um Sade menor e sufocantemente frustrado. No final, todos os géneros da agressão e do desejo se confundem e esta mórbida confusão entre os patamares da afetividade e da religiosidade dão finalmente corpo à imagem latente e recorrente de "fazer sexo oral ao Menino Jesus nas palhinhas": para lá da longa impossibilidade real da consumação do desejo com parceiros mais novos, mesclada com a profanação dos ídolos religiosos, a criatura deixa-se finalmente conduzir ao encurralamento de dar corpo à sua terrível deriva presente de incesto, com o projetar dos desejos proibidos sobre o filho menor...
Longevidade - 10 anos, num processo destes, é decerto um caso anómalo e de referência, tratamento que os órgãos de comunicação social lhe têm dado. Poderá explicar-se por duas fases, a primeira, devida ao delírio, a segunda, pela angústia e real impossibilidade de parar, dada a colossal massa de delitos já cometidos e de pessoas agravadas no percurso. São as condições clássicas da tempestade ideal e o cenário típico de uma fuga para a frente. Diz-se que para os loucos o tempo não existe, e ficam, para sempre eternamente agarrados ao tempo obsoleto de um trauma passado. Uma das suas profecias é que "haveria de teclar o nome na Net e haveria de o encontrar". Talvez seja verdade. Na sua derradeira fase de impulso e desespero, sonharia, mais uma vez, com que o autor "apagasse" (?) a sua obra ("tudinho o que escreveu na Blogosfera" (!). Falhou, mais uma vez.
Defesas - uma das grandes defesas tem sido o caráter exibicionista da criatura: como qualquer grande transtornado, ela costuma "avisar" onde, e como atacou, ou irá atacar. A mancha é devastadora, e não deixa de surpreender a quantidade de tempo e energia emocional despendidos para... nada. Por outro lado, o caráter disjunto dos nossos círculos sociais e culturais, a efetiva distância geográfica e a inexistência de qualquer contacto físico, atual, ou passado, impediu que o monstro acedesse à parte privada dos nossos dados. Na verdade, em 10 anos de assédio, ela evoluiu muito pouco na apropriação de dados objetivos e concretos, o que constituiu, mesmo na opinião dos juristas e das polícias, uma das nossas maiores defesas naturais. Os recursos limitados, a monotonia dos temas e o fraco alcance dos meios permitiram uma rápida imunidade ao núcleo da perseguição, o que passou por estratégias elementares de não leitura das agressões. Pessoalmente, não acedo, senão esporadicamente, à leitura do que é emitido pela criatura, desde a altura da queixa, em 2012. O seu destino imediato são os apensos no Ministério Público. Há, certo, breves consultas diagonais, e um trabalho de grupo de referência, no qual muito agradeço aos que me têm ajudado e protegido do contacto com esta permanente ameaça e agressão, sem que, no entanto, os marcos notáveis não tenham deixado de ser continuamente referenciados e permanentemente publicitados, no espírito cívico que preside a este espaço.
Os erros - Não, as mulheres não atendem mais aos pormenores. Sabe-se que pode passar meses em redor de uma gralha ortográfica. Pior será o que já não pode corrigir. Numa política de prudência de não publicação sistemática, ou publicação aleatória dos comentários provocatórios, difamadores, injuriosos e ameaçadores criou-se uma cortina de opacidade sobre as intervenções. À enorme massa de intervenções criminosas produzidas a agressora não tem, de facto, qualquer acesso, exceto quando as decidimos disponibilizar, e não pode assim exercer a compulsividade do seu típico "olhar lupa". Escreveu-as, e não tem qualquer acesso a revê-las, ou corrigi-las. Estão religiosamente guardadas: apenas podemos reafirmar que os descuidos, as pegadas e as assinaturas digitais são enormes e confrangedoras. É pouca, muito pouca e pouco bela. Apenas uma coisa se pode afirmar: a de que ela perde sempre. Perdeu, quando violou o gmail de um membro do "The Braganza Mothers", publicou obscenidades em seu nome e o continuou a usar na perseguição; falhou, quando enviou, para terceiros, emails difamatórios em meu nome e no de outros lesados; não atendeu aos pormenores, quando se esqueceu de que o Statcounter da sua sórdida intromissão no "Vicentinas de Braganza" não estava registado em seu nome, e deixou nos registos os nomes, IPs e referências da sua casa e trabalho. Bem pode, a partir de aí, ter estado a acrescentar noites de insónia às suas noites de insónias, numa vã tentativa de tentar apagar desenfreadamente todos os rastos. Entre estes, e muitos mais erros, estão, de facto, todos os elementos verdadeiramente interessantes em tribunal.
Prejuízo global - depois deste jogo prudente de defesas, poderá perguntar-se onde conseguiu este monstro interagir com as pessoas que tomou como alvo. A resposta é sobretudo a de uma questão atmosférica: o permanente recurso a proteções, não impediu que a criatura se mantivesse ativa. Numa metáfora mecânica, é como se estivéssemos perante um motor a quem há muito cortamos as correias de acesso aos eixos, e mesmo assim continuasse a rodar, na máxima potência. A poluição atmosférica tornou-se monumental, o ar irrespirável e malsão, e não a conseguimos ignorar, por mais que tentemos, por que ela continua ali, obsessivamente, num processo de permanente suicídio público. A desagradável sensação de fundo é a da patologia de alguém, ou algo, permanentemente imerso numa forma irreparável de pornografia emocional, que, noite atrás de noite, tivesse de se manifestar descontroladamente na sua relação com os outros. O peso desta monstruosidade no nosso quotidiano é o de algo, totalmente arredado das regras da civilização e do são convívio entre humanos, desconhecedora do humor, confundindo ficção com realidade, obras e autores, esfera pública e esfera privada, que tivesse decidido entrar num processo de decomposição exposta, mas não solitária. Como os monstros do Daesh, ela teria decidido um dia, não se saberá nem quando, nem por quê, levar para o seu abismo todos os que tomara como alvos. Só uma imagem como a da tortura chinesa, em que o condenado era amarrado a um cadáver em decomposição, para que com ele, lentamente, se putrefizesse, teria paralelo com o processo encetado por esta besta. Como amiúde diz, "quem a conhece apodrece", o que nos dá a segurança de a não conhecermos, nem estarmos interessados em conhecer, mas, na posição socrática do γνωθι σεαυτόν, revela um profundo conhecimento de si mesma... Nós conseguimos sobreviver, conseguimos tornar-nos imunes a esta podridão atmosférica, mas o esforço foi colossal, e deixou marcas. A perturbação gerada por uma perseguição destas é equivalente ao desconforto gerado por uma residência, onde, ao lado, estivesse um recém nascido invisível, mas sensível, permanentemente em crises de choro e angústia. Ao longo de dez anos. Este monstro só tem par com os assassinos que entraram pelas portas do "Charlies Hedo" e metralharam todos os que pensavam de forma diferente. Por mais que nos tenhamos defendido, esta aberração tentou conspurcar-nos dez anos das nossas vidas. Cremos que é para o ressarcimento destes estragos que as indemnizações cíveis foram justamente criadas...
O agressor entrou na sua rota final. Na verdade, ela já padece da maior pena que alguma vez lhe poderia ser aplicada, a privação objetiva do sono e do repouso. Se tudo o que está aqui escrito é monstruoso, é apenas um ligeiro resumo da monstruosidade que foi vivê-lo, ao longo de dez anos. Dez anos de atentado, permanente, premeditado, e consumado contra o bom nome, a qualidade de vida e a segurança dos seus alvos. Todos os lesados aguardam agora pelo exercício da Justiça. Como aconselham diversos juristas, chegou a altura de ela se entregar e confessar a sua culpa, para, o mais rapidamente possível, se poderem negociar as atenuantes possíveis. Esta história, por seu lado, continuará, antes de culminar no livro que se anunciou: é certamente um roteiro do pior que a Natureza pode apresentar sobre a Humanidade, a de que o contorno humano não implica, necessariamente, a existência de um ser humano, antes uma longa agonia, de terríveis processos, de uma forma mimética e degenerada, naquilo que Hannah Arendt friamente resumiu como "a banalização do Mal", que aqui se encontra dramaticamente testemunhado.